ESCRITA CRIATIVA


ALGOSO,

UMA PEQUENA ALDEIA DO CONCELHO DE VIMIOSO

 

Para mim é uma aldeia belíssima, onde é maravilhoso sentir o vento a bater nos cabelos, ouvir os passarinhos cantar, os cães ladrar…

É uma aldeia em que todos convivemos: crianças, jovens e adultos. E falar com os velhinhos é fabuloso, pois estes contam histórias da sua juventude.

Para quem não conhece, aconselho a visitar esta aldeia, pois tem monumentos que vale a pena ver, como por exemplo o famoso castelo, a ponte romana, a igreja, o pelourinho, entre outros…

Contam-se histórias e lendas espantosas que vale mesmo a pena escutar, como a lenda do crocodilo, cuja pele está exposta na capela de Nossa Senhora do Castelo.

A minha aldeia é simples, e é isso que me faz gostar de cá viver. Transmite-me tantos sentimentos, como alegria ao desabafar com as pessoas, o amor e o carinho entre as famílias, a bondade e simpatia de toda a gente, a confiança, a fé, a educação, a união, o respeito, a paixão e a beleza da natureza.

Orgulho-me desta aldeia, já que é pequena, mas ao mesmo tempo é enorme.

Claro que, se descrevesse tudo, estava aqui o dia todo, pois Algoso tem qualidades sem fim.

Por estas que eu referi e outras razões, eu aconselho mesmo a visitar!

 

Liliana Pires – 9º B (2017/2018)

 

***

 

A AVENTURA DE INVERNO

 

Certo dia, eu e mais três amigos decidimos visitar uma casa velha e assombrada. Eles chamavam-se António, Ruben e, a mais aventureira, Sofia. Ruben e Sofia eram irmãos e tinham um cão e um gato. Mas não se preocupem, o cão e o gato davam-se bem! O cão chamava-se Jolly e o gato Tufinhas.

Nós combinamos encontrar-nos em minha casa, à noite, por volta das onze e meia.

Era noite de inverno e estava muito frio, por isso agasalhámo-nos bem. Estávamos já dentro da casa assombrada, quando ouvimos madeira a estalar.

- Não se assustem, é só madeira a estalar! – disse Sofia.

Continuamos a visita e ouvimos outro barulho:

- António, que barulho é este? – perguntou o Ruben.

- São só os pássaros da noite, nada de mais.

- Queres dizer morcegos? - questionei eu.

- Sim! – respondeu o António.

Dirigimo-nos às escadas, que nos levaria ao sótão. Estava muito vento, por isso ouvíamos barulhos da rua. Havia algumas tábuas partidas, por isso subimos com muita calma. Quando lá chegámos, reparamos que não havia luz. Pegamos nas lanternas que tínhamos nos bolsos e apontamos em direções diferentes como se fôssemos espiões ou agentes secretos. Não havia nada no sótão e, então, voltamos para baixo.

Ainda não tínhamos visto tudo, pois ainda nos faltava ver a cozinha, os quartos, a sala e a casa de banho. A casa tinha uma cozinha, uma sala, sete quartos e três casas de banho. E, claro, um sótão! Começamos por ver os quartos e não tinha lá nada, na cozinha também não e na sala muito menos. Já estávamos a achar estranho não haver nada de nada naquela sala. Faltavam as casas de banho e eram três. Na primeira casa de banho só havia um bidé, na segunda apenas o lavatório e, finalmente, a terceira tinha uma banheira e mais nada. A banheira tinha uma cortina e esta estava cheia de sangue. Abrimo-la e adivinhem o que estava dentro da banheira. Era uma espécie de ser humano com duas cabeças, quatro braços e oito pernas.

- Aaaaaaaaaah!!! – gritou a Sofia.

- Calma Sofia! Está morto, não te come! – acalmei eu.

O António, que estava a estudar para médium (profissão que estuda o paranormal), percebia disso melhor que nós e disse que se tratava de um ser chamado “Multi Body Members”. Acrescentou que o nome científico era “Multi Corporis Membra”, que é em latim.

Eram cerca das três horas da madrugada, não tinha acontecido mais nada para além do ser identificado pelo António. Nós já tínhamos fome, mas queríamos encontrar mais alguma coisa. Alem disso, estava muito frio e o Ruben e a Sofia deixaram o Jolly e o Tufinhas sem comida, só com água.

De repente, ouviu-se um barulho vindo das casas de banho. Fomos os quatro ver o que se passava. O tal “Multi Corporis Membra” desaparecera da banheira. Ficamos todos quietos à espera de outro barulho suspeito, mas em vão! Fomos em direção à porta de entrada muito lentamente, em pezinhos de lã, para tentar perceber onde tinha ido a criatura. Mal saímos da casa, a porta fechou-se. Estávamos a ficar mais assustados. Começou a chover e não tínhamos carro, não conseguíamos entrar na casa assombrada. A única hipótese de entrar na casa assombrada era pelas traseiras, mas havia muitos morcegos e galhos de árvores.

- O que vamos fazer? – perguntei.

- Não sei. – respondeu a Sofia.

- Talvez devêssemos ir para casa. – pensou o Ruben.

- Malta, vamos para casa e amanhã, se não chover, voltamos aqui. De qualquer das maneiras, já é tarde e temos de ir para a escola amanhã. - aconselhou o António.

- Ok! – respondemos todos em coro.

No dia seguinte, encontrámo-nos na escola e combinamos regressar à casa assombrada à mesma hora. Mas, desta vez, combinamos encontrar-nos em casa do Ruben e da Sofia.

Era já de noite e já estávamos de novo na casa assombrada. A porta estava aberta e entramos.

- Espero bem que desta vez não fechem a porta! – comentou a Sofia.

Naquela noite estávamos mais preparados que na anterior.

Como já conhecíamos a casa, dividimo-nos em dois grupos de dois, porque éramos quatro. Se algo acontecesse, íamos ter à porta de entrada para reunir. Os grupos eram: eu e a Sofia e o outro, o António e o Ruben. Também dividimos os locais da casa. Eu e Sofia tínhamos de ir à sala, ao sótão e às casas de banho, enquanto o António e o Ruben tinham de ir aos quartos e à cozinha. No final da revista à casa, o ponto de encontro era nas traseiras. Havia uma porta na sala que dava acesso às traseiras. Era o único sítio onde ainda não tínhamos ido.

A nossa missão era encontrar o tal “Multi Corporis Membra”

Passadas duas horas, encontrámo-nos na porta de acesso às traseiras. Abrimo-la. Só se avistavam morcegos em galhos de árvores.

- Está muito escuro aqui! – concluiu o Ruben.

- Maninho, trouxeste as lanternas? – perguntou a Sofia.

- Claro!

- Bem malta, o nosso bicho só pode estar aqui. Assim cumprimos a missão! – pensou o António.

- Vamos descobrir! – exclamei.

Avançamos com cuidado e com as lanternas ligadas. Era noite de lua cheia. Viu-se uma pequena sombra ao longe. Continuamos a avançar e de repente:

- Quem são vocês? O que fazem na minha casa? De onde são? – perguntou um senhor que aparentava ter os seus noventa anos.

- Nós somos aventureiros. Desculpe incomodá-lo, mas viemos conhecer e descobrir esta casa. Nós somos daqui, de Springfield! – respondi.

- Se vieram porque pensam que esta casa está assombrada, estão muito enganados. Esta casa está apenas velha! – disse o senhor de uma forma arrogante.

- Como explica os morcegos? – questionou a Sofia.

- Os pássaros da noite!? Eles juntaram-se nesta árvore velha para se protegerem dos seus predadores! – respondeu o senhor com convicção.

- E o ser estranho? Como explica isso? – perguntou o António.

- Esse ser estranho fui eu que o criei sozinho. Sabem, quando eu era pequeno e tinha a vossa idade, gostava de fazer experiências. Fui aprendendo muito bem a biologia e a física e comecei a gostar disto. Primeiro, aquele ser estranho era um humano morto. Um cadáver. Decidi fazer umas experiências e deu naquilo.

- Como é ele saiu da banheira e veio parar aqui às traseiras? – interrogou o Ruben.

- Então! Eu peguei nele sem fazer muito barulho e trouxe-o para aqui. -retorquiu o senhor.

- E os barulhos estranhos? – perguntei.

- Sabes, a casa é velha e a madeira não aguenta muito peso. – respondeu o senhor. - Agora, se não se importam, saiam da minha casa. Já!

- Está bem! Está bem! – exclamamos todos.

Nós fomos embora daquela casa quando começou a chover. Corremos até às nossas casas.

No dia seguinte, encontrámo-nos na escola e combinamos outra aventura, mas esta fica para outro dia!

 

David Oliveira, A aventura de Inverno, 7º B (2017-2018)


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